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Artigo: Gestão Educacional nas empresas

A importância da conscientização dos empresários para a mudança educacional de seus colaboradores.

 

 

Este artigo tem o intuito de demonstrar a importância da conscientização dos empresários brasileiros, no sentido de que se comprometam com a mudança educacional de seus colaboradores. Sendo assim, devem buscar novas práticas educacionais e empresariais que valorizem os relacionamentos entre Capital e Trabalho e compartilhem de ideias, reflexões críticas, práticas sociais e ações políticas de seus colaboradores no meio social em que vivem. Vale ressaltar que para Freire (1994), “o homem tem vocação ontológica de ser um sujeito que age sobre o mundo e o transforma, por isso, todo ser humano é capaz de olhar criticamente o mundo num encontro dialógico com outros, mas, para isso, é necessário que a educação atue ao encontro desses pressupostos”. Conforme várias pesquisas realizadas pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI) nos últimos anos os problemas ocasionados pela deficiência da mão de obra geram enormes dificuldades para vários setores da economia com efeitos muitas vezes catastróficos.

 

As empresas brasileiras em vários segmentos podem ser ineficientes e onerosas no quesito produtividade devido à falta de mão de obra qualificada. Para atingir os objetivos produtivos e qualificar seus funcionários as empresas nacionais devem buscar através de modelos educacionais consolidados em empresas de renome tais como: “Amil, Unimed, Banco do Brasil” (RICARDO, 2007, p. 9). Segundo Peter Drucker (1999, P. 198). […] “Tradicionalmente a escola tem sido o lugar onde se aprende; e o emprego o lugar onde se trabalha. Porém essa linha irá se tornar cada vez mais indistinta. A escola será, cada vez mais, o lugar onde adulto continuam a aprender, mesmo que trabalhem em tempo integral. Eles voltarão à escola para um seminário de três dias, para um curso de fim de semana, para um programa intensivo de três semanas ou para frequentar cursos duas noites por semana, durante vários anos, até obter seu diploma”.

 

Na busca de novas alternativas de mudança de paradigmas os educadores devem procurar meios de se adaptar aos novos métodos de ensino, educando seus alunos para busca do sucesso empresarial e pessoal.

 

Olhando a situação pelo ângulo educacional o caminho a ser perseguido é a introdução de modelos educacionais que possam mudar o quadro visto nas pesquisas apresentadas, os caminhos apontados pelos educadores mostram que o trabalho educacional deve estar focado no homem, para que ele busque nesse contexto o conhecimento necessário a sua evolução não só como ser humano, mas também com um ser que interage com o universo que o cerca.

 

A educação baseada nos pressupostos do educador Paulo Freire, que se relaciona com a transformação do sujeito, pode contribuir no sentido de resgatar sua criticidade, uma vez que foi enfraquecida pelas ações das competições mercadológicas. Vale ressaltar que o homem, para Freire (1987), tem uma vocação ontológica de ser sujeito que age sobre o mundo e o transforma, mas, para isso, precisa de instrumentos adequados que o torne consciente de sua própria percepção da realidade para lidar criticamente com ela.

 

Conforme Chiavenato (2008), a cultura organizacional consiste em padrões explícitos e implícitos de comportamentos adquiridos e transmitidos ao longo do tempo que constituem uma característica própria de cada empresa, nesse sentido, na busca de novas alternativas de mudança de paradigmas, as empresas devem procurar meios de se adaptar aos novos métodos de produção, educando e treinando seus colaboradores, para dessa forma alcançar o sucesso empresarial, e as mudanças culturais através de uma educação mais eficaz. Neste sentido terá em mãos a ferramenta mais importante que é o ser humano educado, capaz de criar conceitos para alçar voos cada vez mais altos. É interessante que as empresas busquem formas que levem a aplicabilidade de novos conceitos educacionais tais como as universidades corporativas.

 

[…] “A cada dia as empresas investem mais na aprendizagem organizacional e inserem em suas estruturas a realização dos programas de educação corporativa as denominadas universidades corporativas (UC). Embora no Brasil tenhamos percebido a expansão das UCs, em muitos países esta já é uma realidade” (RICARDO, 2007, p.8) esses processos podem levar o educando do futuro às práticas empresariais focadas no mundo corporativo, como empresas que praticam estes modelos em seu programa de treinamento podemos citar as […] “As empresas estrangeiras localizadas no Brasil investem em educação corporativa, cases de sucesso como McDonald’s, Motorola e Fiat são enriquecedores, mais é importante destacar que diversas empresas brasileiras já desenvolvem atividades de educação corporativa, tais como Amil, Unimed, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Cia Vale do Rido Doce, Eletronorte, Petrobras, Rede Globo de Televisão, Telemar, Embratel, entre outras tantas” (idem, pág. 9).

 

(JUNQUEIRA, TAVARES, 2009) […] “As novas exigências causam insegurança ao profissional que se vê obrigado a apresentar resultados positivos, sem que sua condição de trabalho e remuneração sejam compensadas. Por causa da precarização do trabalho docente nas escolas públicas, mais e mais pedagogos vêm procurando as organizações para oferecer seus serviços. As empresas vêm adotando uma preparação interna de seus funcionários para ocupar determinadas funções de liderança dentro das organizações e para isso os treinamentos se fundamenta em conceitos como o empirismo e o tecnicismo, a junção desses dois conceitos tanto o saber fazer como a experiência em fazer deve ser potencializada”.

 

O primeiro passo, para atender as necessidades de produção que atenda a demanda cada vez maior e com maior grau de qualidade exige a capacitação efetiva de seu grupo de profissionais, neste sentido temos que ter a responsabilidade para buscarmos métodos educativos que forneçam a capacitação necessária. Evidencia-se ao longo dos últimos anos o quão fragmentado é a capacitação do profissional que desenvolve trabalhos em empresas de pequeno e médio porte, o acesso à informação é caro e distante, por esse motivo as empresas têm a responsabilidade de reversão deste quadro caótico através de práticas educativas eficazes. Com o objetivo de reverter este quadro o SIMESPI – Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas, Fundições e Similares de Piracicaba e Região vem buscando através de seus associados, meio eficaz de capacitação profissional através de cursos, seminários e Workshop que visam a aprimoração de seus colaboradores.

 

 

Referências Bibliográficas

 

RICARDO, E. J. Gestão da educação corporativa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. (Biblioteca Pearson).

 

KNAPIK, Janete. Gestão de Pessoas e Talentos, 3ª Ed. Curitiba, Ibepx, 2011.

 

CHIAVENATO, Idalberto. Os Novos Paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas, 5ª ed., Barueri, SP, Ed. Manoele, 2008.

 

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1987.

 

JUNQUEIRA, Eliana Vieira, TAVARES, Helenice Maria, Pedagogia Empresarial: Uma Função Técnica ou Ideológica?Disponível em: Acesso em 07 de abril de 2013

 

IOSCHPE, Gustavo. “A capacitação das pessoas é fundamental para a competitividade das empresas e dos países” Disponível em http://www.mbc.org.br . Acesso em 11de abril de 2013

 

DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista, São Paulo: Publifolha, 1999.

 

CNI, 2013 > Disponível em , Falta de Mão de Obra qualificada afeta 65% das empresas, CNI, 2013 . Acesso em 28 de Outubro de 2013.

 

SCHLEMM, Marcos Mueller. Inovação em Ambientes Organizacionais, teorias, reflexões e prática, Editora Ibpex, Curitiba – PR, 2006.

 

Wagner Mendes Passos é filósofo, pós-graduado em Pedagogia Empresarial e coordenador do Grupo Gestão da Qualidade do Simespi

 

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