Área Restrita Carreiras
Pela primeira vez, comitiva do Simespi é  recebida em audiência no Palácio dos Bandeirantes

Pela primeira vez em 30 anos de história, uma comitiva de diretores do Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras) foi recebida em audiência no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, para apresentar uma pauta de demandas do setor metal-mecânico. O encontro entre o grupo liderado pelo presidente da entidade, Euclides LIbardi, e o vice-governador e secretário estadual de Governo, Rodrigo Garcia, aconteceu na última sexta-feira (30).

“Apresentamos ao vice-governador uma pauta na qual apontamos três fatores de ordem tributária que dificultam o equilíbrio financeiro de nossas associadas, chegando até mesmo, em alguns casos, a comprometer sua existência”, afirma Libardi, que esteve em São Paulo acompanhado dos dois vice-presidentes do Simespi, Paulo Estevam de Camargo e Erick Gomes, e do diretor financeiro Roberto Borges.

O documento entregue ao vice-governador faz críticas ao ajuste fiscal que elevou o ICMS, encarecendo o valor da matéria-prima e insumos, causando aumento substancial no preço final do produto ao consumidor. “Do ponto de vista financeiro, em momento que a economia precisa ser reaquecida, constata-se que estas criticadas condutas apenas contribuem para a proliferação da pobreza, sendo medida paliativa e provisória para estancar os gastos do governo, contudo, a médio e longo prazos fatalmente serão catastróficas”, diz o documento.

Outro tema colocado em pauta é a taxa de licenciamento ambiental majorada pela Cetesb, que alterou a fórmula de cálculo para determinar o fator de poluição.  “Isso fez com que basicamente houvesse um aumento em torno de 300% do custo das análises e deferimentos das licenças, sendo um elevado valor a ser exigido dos contribuintes em uma época delicada”, afirma o documento. Para o Simespi, “o aumento não se deve à potencialização das fontes de poluição, tendo notável natureza arrecadatória”.

O terceiro e último item da pauta faz menção à burocracia para recebimento do saldo credor do ICMS resultante das exportações, especialmente no caso de montadoras, cujos créditos (nas entradas/compras) estão muito acima dos débitos (nas saídas/vendas). Segundo o documento do Simespi, as empresas não conseguem utilizar seu crédito a contento em virtude da dificuldades burocráticas, “já que a ausência de débitos do ICMS (como nos casos das exportações) fará com que haja o excedente de crédito, sendo necessária uma autorização da Administração Tributária para a transferência de seus créditos a terceiros (outras empresas) ou para que tais créditos seja utilizados como uma espécie de moeda de pagamento”.

A entidade chama atenção para o problema, afirmando que para o aproveitamento desses créditos, o governo paulista precisa apresentar os valores da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2022 que, por sua vez, precisa ser aprovado pela Assembleia Legislativa até o segundo semestre deste ano. “Caso isso não ocorra, infelizmente poderá haver um agravamento no quadro econômico e social da região, por exemplo: desemprego, fuga de investimento, atrofiamento de empresas, pedidos de falência etc”, alerta o Simespi no documento.

O presidente Euclides Libardi afirma que o vice-governador demonstrou sensibilidade, acolhendo a pauta e determinando alguns encaminhamentos durante a audiência, que foi acompanhada pelo deputado estadual Alex de Madureira (PSD).