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Guerra amplia cenário de incertezas com reflexos na indústria

Ainda sob os efeitos negativos dos dois anos de pandemia de Covid-19, a economia mundial se vê diante de um cenário de incertezas crescentes em razão da guerra entre Rússia e Ucrânia, deflagrada há pouco mais de um mês, e com resolução incerta. Esses fatos colocam em xeque, inclusive, a globalização econômica iniciada nos anos 1990. Essa é uma das conclusões trazidas pela quarta edição do Boletim de Conjuntura Industrial, elaborado pela Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), por meio de convênio com o Simespi (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba, Saltinho e Rio das Pedras).

 

De acordo com o documento, as estratégias de aquisição de matérias-primas, máquinas e equipamentos de países que produzem com menores custos e localizados em outros continentes – um dos aspectos positivos da globalização – trouxeram bons resultados nas últimas décadas. “Mas a conjuntura atual expôs seus riscos”, adverte o relatório. “Às empresas e aos estados nacionais é imputada a tarefa de balancear os riscos logísticos da dependência internacional e de novas crises geopolíticas e sanitárias”, destaca o texto do editorial.

 

Os pesquisadores afirmam, no relatório, que a nova onda de Covid-19 em importantes regiões industriais da China impactou negativamente a produção e comercialização de componentes eletrônicos e outros produtos industriais. “Há previsão de escassez de chips e outros componentes eletrônicos, afetando negativamente o fornecimento de placas eletrônicas e outras cadeias produtivas. No Brasil, o impacto deve ser sentido na cadeia automobilísticas e de máquinas agrícolas”, diz o documento.

 

O boletim mostra, ainda, que Piracicaba registrou aumento nas exportações industriais em cerca de 13% em fevereiro deste ano, com destaque para o segmento de máquinas e equipamentos.

 

“Consistente e preciso em suas análises, o Boletim de Conjuntura Industrial elaborado pela Esalq, graças a este convênio com o Simespi, ganha cada vez mais importância como ferramenta para embasar as tomadas de decisão, especialmente em cenários tão incertos como este que vivemos”, afirma Euclides Libardi, presidente do sindicato patronal.

 

O Boletim de Conjuntura Industrial é assinado por Carlos Eduardo de Freitas Vian, Bruno Pissinato, Ecyr Mainardi Lara Salles, Gabriel Casassa Schoendorf, Catarina Barbosa Careta, Cristiane Feltre e André Vieira Lobo.Boletim março 2022