Área Restrita Carreiras
Felicidade no trabalho

Por Sidnei Tibério

 

A última década foi pródiga em mudanças em todos os ambientes, porém o mundo organizacional foi, sem dúvida, o mais afetado em diversos aspectos.

No tocante à Gestão de Pessoas, muitos temas passaram a ser valorizados e discutidos de tal forma que as organizações que não se empenharam em se atualizar, certamente já estão sofrendo consequências desagradáveis, especialmente em relação à atração, retenção  e engajamento de bons profissionais.

Um desses assuntos tem nome e sobrenome: Felicidade no Trabalho. A ideia é bastante simples: as empresas precisam pensar em estratégias para garantir que seus colaboradores sejam felizes no trabalho, pois isso também terá impactos positivos para a organização.

Mas afinal, o que é Felicidade no Trabalho ? Bem, felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude são transformados em emoções ou sentimentos que vão desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. A felicidade tem, ainda, o significado de bem estar espiritual ou paz interior.

No ambiente organizacional observamos que quando um indivíduo está realizado com o seu emprego, ele experimenta uma série de sensações positivas, como alegria, motivação, bem-estar e disposição.

Que empresa não gostaria de ter pessoas plenamente felizes  em seu quadro de colaboradores ? Afinal de contas, um profissional feliz e motivado produz mais e, principalmente, melhor.

A grande pergunta que fica é: mas como uma empresa pode garantir que seus colaboradores realmente se sintam felizes ?

Essa é uma questão que traz várias possibilidades de respostas, pois depende de inúmeros aspectos, começando pela Cultura Organizacional de cada empresa e de seu porte.

Contudo, tenho convicção que independente desses aspectos, o ponto primordial é que haja vontade de se criar um ambiente saudável, no qual a área de Recursos Humanos, com respaldo da Alta Direção, possa implementar alguns processos e  atividades que ajudem às pessoas  se sentirem felizes.

Dessa maneira o primeiro passo envolve a formação da liderança, pois os líderes são a linha de frente de todos os processos, inclusive o de gestão de pessoas. Líderes despreparados, que ainda não entendem a importância em desenvolver a equipe, de empoderar, de comemorar resultados, de liderar pelo exemplo, de gerenciar conflitos adequadamente, de saber se comunicar, de reconhecer bons trabalhos, de praticar corretamente o feedback, de respeitar diferenças, de ser emocionalmente inteligente e que não transmitem energia positiva, certamente não contribuem para um ambiente saudável. Aliás líderes que ainda não perceberam que essas habilidades são essenciais costumam ser tóxicos e  eliminam qualquer possibilidade de que haja felicidade no trabalho. Infelizmente minha percepção é de que ainda existem muitos líderes que pensam e agem de forma não adequada.

Além disso podemos falar sobre uma remuneração justa, mas sempre lembrando que salário não se limita exclusivamente ao que é contabilizado financeiramente, pois temos o conceito de salário emocional, ou seja, oportunidades de crescimento, desenvolvimento profissional e pessoal e de tomar parte das decisões, que acabam contribuindo com Felicidade no Trabalho.

No mais é preciso entender o quanto é importante ouvir e responder os colaboradores, seja da maneira que for (opções não faltam), mas tendo um canal aberto para que eles possam externar suas dúvidas, seus anseios, suas preocupações. Transparência nas relações é palavra chave para a Felicidade no Trabalho.

Também não podemos deixar de pontuar que cabe também aos funcionários ajudar a manter um bom ambiente, onde haja respeito e posturas positivas com colegas e gestores. É necessário ser cordial com os demais, contribuindo com o todo, inclusive valorizando aquilo que a empresa faz. Críticas sempre devem ser consideradas, mas que sejam feitas de forma construtiva.

Finalizando, vale lembrar que a Felicidade no Trabalho  está diretamente ligada à produtividade. Um estudo realizado recentemente pela Universidade da Califórnia deixou isso ainda mais claro. A pesquisa identificou que um trabalhador feliz é, em média, 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende 37% a mais em comparação com outros. Além disso, ele acaba motivado a atender melhor o cliente, evitar acidentes no trabalho e reduzir desperdícios.

Tomara que a felicidade se torne rotina!

 

Sidnei Tibério é formado em Comunicação Social, pós-graduado em Administração, MBA em Gestão Empresarial e especializado em Recursos Humanos. É professor do curso de Pós-graduação da Escola de Engenharia de Piracicaba.