Área Restrita Carreiras
É hora de se adaptar

Os profissionais de recursos humanos têm um dia dedicada a eles: 3 de junho. E o Simespi rende suas homenagens a quem cuida daquilo que as empresas e instituições têm de mais valioso: as pessoas. Em comemoração à data, publicamos esta entrevista com Claudia Pinese Angeli, coordenadora do GRH (Grupo de Recursos Humanos) do Simespi, na pessoa de quem cumprimentamos a todos os profissionais desta área

Claudia é pós-graduada em Administração com especialização em Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas Campinas (FGV), MBA Internacional em Gestão de Pessoas pela FGV e Ohio University, e graduada em Letras pela Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). É consultora, mentora e coach certificada pelo Instituto Holos de Qualidade, com reconhecimento do International Coach Federation (ICF) e pelo Center for Creative Leadership (CCL) em Greensboro, NC, EUA.

Com 40 anos de carreira, Claudia é empresária, diretora e gestora de projetos da Pinese & Angeli Treinamento e Desenvolvimento Organizacional, empresa focada em treinamentos, estratégias e soluções empresariais.

 

Depois de dois anos de distanciamento social, instabilidades e profundas mudanças no ambiente laboral, quais têm sido as prioridades do GRH do Simespi?

Claudia – Desde o início da pandemia, nosso foco foi apoiar os RHs das associadas em ação conjunta com a área trabalhista, objetivando munir ao máximo nossos profissionais para estarem à frente das ações  da área de RH, respaldar a empresa nas questões legais, acolher colaboradores, muitas vezes aflitos, nas orientações da rotina profissional e familiar,  ou, ainda, encaminhar diversos pareceres para suas diretorias e contribuir com a tomada de decisão.  Enfim, um trabalho contínuo, complexo e, ao mesmo tempo, inovador, pois praticamente todo o mundo, especialmente os RHs, “saíram das suas caixinhas” neste enfrentamento. Nossa pauta no GRH, hoje, prioriza temas relativos à adaptação a essas mudanças, captação e retenção de talentos,  questões de saúde emocional, segurança psicológica e Burnout, entre outros que envolvem  atualizações na Legislação Trabalhista, Saúde e Segurança, questões sindicais e os temas que apoiam e alavancam as melhores práticas em consonância a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) e ESG (Environment, Social and Governance).

 O papel do profissional de RH ganhou novos contornos no pós-pandemia?

Sem dúvida, pois exigiu a prontidão e ação para solução de muitas questões não vivenciadas anteriormente e, ainda, flexibilidade e velocidade nas ações, entregas e resultados. Sem muitas informações, o RH precisou enfrentar e superar as várias fases da pandemia, assim como outros profissionais. O RH lidou com o novo e, na sua grande maioria, de forma resiliente, mesmo que sem nenhum preparo prévio. O novo momento pede muita agilidade e transformação, além da atenção diária às adaptações e alterações em termos de normas e portarias publicadas. Considera, ainda, um olhar cuidadoso às melhores práticas de mercado, principalmente relacionadas a pessoas, quando pensamos nos programas de retenção. Assim, o perfil do RH, inevitavelmente, é outro e serão destaque os verdadeiramente antenados, tanto empresa quanto empregados, que estejam juntos em atitude colaborativa.

Diante das rápidas e intensas mudanças no mercado de trabalho, especialmente aquelas trazidas pela pandemia, quais têm sido os desafios dos profissionais de recursos humanos?

A escolha do novo modelo de trabalho, definir se remoto, presencial, ou hibrido.  Se hibrido, com 2 ou 3 dias em casa, ou no escritório, e, além disso, avaliar os impactos e possíveis riscos nestes novos modelos, é, definitivamente, uma preocupação diária.  Posso elencar a retenção dos talentos como a primeira na verdade, pois algumas empresas revelam que enfrentam o tal ‘tsunami de turnover’ que, somado à escassez de profissionais qualificados, resulta em uma verdadeira guerra por talentos. Assim, chegamos ao grande desafio, que é entender, de fato, o que buscam os candidatos e de que forma vamos atraí-los e retê-los. Outro desafio também tem a ver com a transformação digital, já que nem todas as organizações estão preparadas para o mundo digital. Afinal, o mundo do trabalho mudou e incorporou recursos e ferramentas tecnológicas bem inovadoras. Há quem diga que mudou para sempre e, de fato, concordo que não temos como retornar. As expectativas dos trabalhadores também mudaram face ao ritmo acelerado do cenário tecnológico. Seguiremos em frente!

 De que forma o GRH do Simespi pode contribuir para o desenvolvimento das empresas associadas? 

Nossas reuniões têm sido intensas no compartilhamento de ações e das melhores práticas na gestão da área. Nossas discussões são enriquecidas por experiências e cases reais. Portanto, os profissionais de RH das associadas se desenvolvem também durante as reuniões, aprendendo e compartilhando experiências. Além disso, o Simespi mantém uma agenda de treinamentos e workshops relacionados a nossa área, que faz toda a diferença, uma vez que proporciona atualização constante e complementa o conhecimento e experiência de cada RH que representa as empresas associadas.

3 de junho é o Dia do profissional de RH. O que gostaria de dizer a eles?

Bem, eu falo brincando, mas é verdade: nós somos referência nas organizações em que atuamos. Ao orientar alguma ação, somos observados se agimos conforme falamos. Assim, sugiro que cuidem de si mesmos, priorizem e previnam-se, cuidando da sua saúde física, mental e emocional, estejam bem, inteiros para lidar com estes desafios constantes em nossa área. Sejam referência e facilitadores na prática do bem-estar, de ações humanizadas e do código de ética. Sejam a inspiração. As demandas para os profissionais de RH sempre foram intensas, a pandemia elevou e o pós-pandemia exigirá mais ainda. Os líderes nos pedem apoio, é um novo momento em que precisaremos inovar ou despertar para algumas práticas. É o momento de humanização e empatia, dando equilíbrio ao cenário tecnológico que impera e de apoiar a construção de equipes, culturas e práticas inclusivas e equitativas, na definição do futuro do trabalho com humanos e máquinas. Pratique sua própria transformação e ajude a transformar.