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O crescimento da produção industrial brasileira desacelerou fortemente em 2005, mas os dados de dezembro divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sinalizam uma recuperação.

A atividade em dezembro superou as expectativas, com a melhor leitura em mais de dois anos, e mostra o fim de um processo de ajuste de estoques que abateu o ritmo da indústria na segunda metade do ano passado, segundo o IBGE.

A produção subiu 2,3 por cento em dezembro ante novembro e 3,2 por cento em relação a igual período de 2004. Analistas projetavam em média alta de 1,7 por cento na comparação mensal e de 1,4 por cento sobre o ano anterior.

Em 2005, a produção subiu 3,1 por cento, bem abaixo da taxa de 8,3 por cento no ano anterior. Esse foi o sexto ano consecutivo de expansão do setor. Segundo analistas e o IBGE, a perda de força deveu-se ao aperto monetário promovido pelo Banco Central.

"Houve desaceleração, refletindo o viés restritivo da política monetária… e isso acaba implicando em um crescimento modesto da economia em geral. Esse crescimento da indústria é compatível com uma expansão de 2,2 por cento da economia no ano", afirmou Newton Rosa, economista-chefe do Sul América Investimentos. Apesar da desaceleração, a taxa de expansão da indústria em 2005 foi a sexta maior da série histórica do IBGE, que tem 14 anos.

Segundo Silvio Sales, técnico do IBGE, a atividade no ano passado foi puxada por bens de consumo, com a demanda interna estimulada por preços mais baixos por conta do dólar fraco, pela reação do mercado de trabalho e pela ampla oferta de crédito à pessoa física.

"2005 confirmou a expectativa que se tinha de ser o ano dos bens de consumo. Houve ainda a sustentação do desempenho exportador, associado ao fato de uma melhora no mercado de trabalho doméstico, que provocou uma melhora na massa salarial… Houve também aumento da oferta de crédito, que estimulou os não-duráveis", disse.

Em 2005, a atividade de bens de consumo duráveis cresceu 11,4 por cento. A produção de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis teve avanço de 4,7 por cento, a de bens de capital, de 3,6 por cento, e a de bens intermediários, 1 por cento.

Entre os setores, o destaque ficou com Veículos automotores, com alta de 6,8 por cento. Seguiram Indústria extrativa (10,2 por cento), Edição e impressão (11,6 por cento), Material eletrônico e equipamentos de comunicações (14,2 por cento) e Farmacêutica (14,6 por cento).

Já, O crescimento visto em dezembro representou a melhor taxa mensal desde outubro de 2003 e a melhor leitura para um mês de dezembro da série histórica.O mês de dezembro teve um aumento generalizado de produção, principalmente duráveis e não duráveis.

A atividade em dezembro também foi puxada por bens de consumo. Em relação a novembro, a produção de bens de consumo duráveis cresceu 17,6 por cento, a de bens de consumo semiduráveis e não-duráveis expandiu-se em 3,5 por cento e a de bens de capital aumentou 5,8 por cento. A atividade em bens intermediários avançou 1,2 por cento.

REVISÕES

O IBGE revisou o dado de novembro, de crescimento de 0,6 por cento para 1,3 por cento ante outubro. "Como dezembro foi maior que o normal para dezembro, isso mexe com o padrão de sazonalidade, principalmente com as taxas mais próximas", disse Sales do IBGE.

O número de outubro passou de alta preliminar de 0,1 por cento para 0,4 por cento. O dado de setembro foi revisto de queda de 2,2 por cento para 2,1 por cento.

Fonte: Reuters

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