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Todos que lutaram pelo fim da CPMF devem estar felizes com a decisão do Senado”, afirmou o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas de Piracicaba (Simespi), Tarcísio Mascarim. Para ele, o fim da contribuição provisória demonstra que existem ainda políticos ‘com a cabeça no lugar’. “Este seria somente mais um recurso para alimentar a gastança de Lula”, observou ao analisar que não existe relação direta entre CPMF e investimentos na Saúde, o que justificou a criação do tributo. “Os recursos adicionais à Saúde devem vir da Emenda 29, que está para ser votada”. O sindicalista acredita que a extinção da CPMF é resultado do “trabalho forte da comunidade”, que abalou a base governista e repercutiu no Senado. O resultado, segundo ele, deve forçar agora o governo a investir em reforma tributária “menos selvagem”.

A empresária Marlene Tobaldini, uma das lideranças do abaixo-assinado contra a CPMF na região – elaborado pela Ciesp/Fiesp, com apoio das entidades de Classe do Estado de São Paulo – diz que 12.416 pessoas assinaram o documento. “Por isso, preciso agradecer todos que acreditam que isso pudesse acontecer”, declara. Para ela, o Brasil começa uma nova história. Este, porém, não é o sentimento do vereador petista Fausto Rocha, que também não era favorável à CPMF, mas achou precipitada a decisão. “Poderia ter sido corte gradual. O PSDB aprovou e o PSDB extinguiu o imposto”, disse.

Para o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), com a queda da CPMF, cria-se ambiente propício e fértil para discussão de modo amplo e efetivo da Reforma Tributária. Para o presidente da entidade, Gilberto Luiz do Amaral, o resultado é fruto da mudança no posicionamento dos parlamentares, que passaram a discutir tecnicamente o tributo e seus reflexos econômicos. “Realmente acredito que os debates sobre a reforma tributária avançarão, pois o governo passa a ter interesse em uma mudança do sistema tributário brasileiro”.

Para a Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), a queda o imposto foi vitória histórica. “A decisão do Senado em cumprir a lei que determina o fim da CPMF em 31 de dezembro deste ano, impedindo sua recriação a partir de 2008, representa sólida garantia de que vivemos um pleno e estável estado de direito”, afirma documento de avaliação da derrota do governo.

Paulo Skaf, presidente das entidades, acredita que não houve perdedores, porque o Brasil saiu ganhando. “Cada um cumpriu com o seu papel. Agora, o País exige trabalho para continuar produzindo, crescendo, avançando na busca de qualidade de vida e justiça social. Vamos seguir confiantes no futuro do Brasil e atentos aos interesses da sociedade”, comentou Skaf.

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) comemora o fim da CPMF, mas afirma que é importante manter o estado de alerta, porque o aumento da carga tributária para compensar a perda é uma tentação perigosa que ronda o governo. Para a entidade, a compensação deve ser feita com corte nos gastos e racionalidade na administração dos recursos. O documento destaca também que a CPMF era injusto, seja pela regressividade seja pelo desvirtuamento da finalidade. Com a mudança, afirma a Fecomércio, o governo terá de priorizar a eficiência no lugar de opções políticas.

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